sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Floresta de Asteriscos


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Esse fim de semana fui de novo para Guajiru, que é uma aldeia de pescadores na praia da costa do sol poente, aqui no Ceará. O lugar é lindo: praia, dunas, sol e mar.
Na estrada, um pouquinho depois de sair de Fortaleza, você já vê, nas laterais, as florestas de carnaúbas. Vocês conhecem a árvore da carnaúba? É uma das coisas mais fofas da vida. Parece uma palmeira, ou um coqueiro, mas as folhas parecem cabelinhos espetados na forma de um asterisco.
No caminho, saindo da cidade, deixando para trás trabalho, problemas, contas a pagar, solidão, já começa uma espécie de alívio. Chegando nas florestas, é a hora em que já estou no clima viagem, sabe, cantando alto (desta vez Camille), dirigindo e dançando, pensando no mar.
Quando vi o primeiro asterisco (ops.... carnaúba) pensei no significado dele (asterisco), que é aquele aviso de preciso explicar isso melhor, não posso esquecer, disso.....
E aí, comecei a viajar.... e se cada carnaúba daquela foi plantada cada vez que alguém pensou em deixar para depois uma explicação melhor, ou assinalou que não podia esquecer de alguma coisa importante.... e a floresta de asteriscos ficou ainda mais interessante....
E comecei a pensar na minha floresta de carnaúbas particular e me dei conta de que ando assinalando muitos asteriscos!!!
Preciso ir mais vezes para Guajiru.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A noite todos os gatos são pardos

De novo, no meio da madrugada, angústia e ansiedade tiram meu sono e minha capacidade de dormir.
Tento me distrair, pego um livro e leio compulsivamente, Mergulho em uma história que não é a minha. Me envolvo e me esqueço.
E naquele frágil momento em que o sono parece que vai me pegar, olhos cansados e quase embarcando.... o medo, o coração dispara num galope alucinado, o calafrio, o suor frio no corpo quente e pronto.... impossível dormir.
A sensação de vazio na boca do estômago, o vazio da alma, os gremilins invadiram e a paz me abandonou.
Pensamentos que passam a milhão, sem tempo de elaboração. Eles são cruéis e frios, insensíveis à dor da minha solidão.
Lembranças, saudades, remorsos... tudo misturado num turbilhão de pensamentos.
Levanto, fumo um cigarro, olho para o livro há pouco abandonado em cima da cama. Não dá para retomá-lo. Minha concentração foi roubada e estou mergulhada de novo na minha própria história.
Mais uma noite de torcida para a chegada da manhã, quando as coisas voltam a ter uma perspectiva mais correta, mais justa.
Amanhã vai ser um dia difícil!